Hoje tinha me programado para ir a um evento, mas, com o frio da manhã, escolhi ficar em casa. Por alguns minutos fica ainda a indecisão na mente, vou ? Não vou? Porquê não fui? Tinha que ir? Tinha me programado para ir e não fui... O mesmo acontece quando o relógio toca de manhã, no horário programado para ir nadar, o "soneca" do despertador apertado várias vezes, e no final, perder a hora para desfrutar de mais alguns momentos embaixo das cobertas quentes! Quando a mente acalma, e a "culpa" de não ter cumprido o roteiro do dia, o tempo dilata, e surgem outras coisas diferentes para fazer, e é como se o tempo parasse. Preciso aprender a silenciar a mente "mais rápido", para poder aproveitar esses momentos. Olhando aquele site que gosto, o das metáforas, eis que o texto da semana fala sobre isso. Como momentos em nossas vidas podem se eternizar. Um minuto se transformar em horas, uma semana numa expedição parece uma vida de tão intenso e bem aproveitado, um lanche da tarde com a família vira um longo dia muito bem aproveitado. Duas horas numa aula de dança se transformam em um dia delicioso. Quando me percebo nesses momentos, tenho a impressão de que o tempo conforme todos seguimos deixa de existir.... As 24 horas de um dia bem vivido transformam-se em muito mais que isso!
Metáfora da Semana
Metáfora da Semana 32, em 13 de Agosto de 2016
Um momento pode durar para sempre
Nossas
férias no lago Michigan tinham terminado. Para evitar engarrafamentos
na volta para casa, eu tinha acordado de madrugada para colocar no carro
a parafernália dos nossos filhos, com idades de três a nove anos. Não
era exatamente a minha ideia de diversão. Mas consegui o milagre de
estar com tudo arrumado precisamente no horário que estipulara. Voltei
ao chalé e encontrei minha mulher, Evie, acabando de varrer a areia do
chão.
- São seis e meia, hora de partir - eu disse. - Onde estão as crianças?
Evie deixou a vassoura de lado.
- Deixei que fossem até a praia para se despedirem.
Balancei a cabeça, aborrecido, porque isso atrapalhava o meu horário
cuidadosamente planejado. Por que, então, acordar tão cedo se não íamos
conseguir estar na estrada antes que o tráfego ficasse insuportável?
Afinal, as crianças já tinham passado duas ótimas semanas fazendo
castelos de areia e passeando por toda a região do lago à procura de
pedras mágicas. E hoje elas só tinham que relaxar no carro - ou dormir,
se quisessem -, enquanto eu me encarregaria da longa volta para casa.
Abri a porta de tela, passei pela varanda. Encontrei meus quatro
filhos na praia, depois das dunas suaves do terreno. Tinham tirado os
sapatos e estavam andando na ponta dos pés na água, rindo e pulando cada
vez que uma onda quebrava em suas pernas. O xis da questão era o quanto
poderiam entrar no lago sem encharcar as roupas. Fiquei irritado ao
lembrar que todas as roupas secas das crianças já estavam guardadas,
sabe Deus onde, na mala entupida do carro.
Com a firmeza de um sargento, fiz uma concha com as mãos para gritar
que fossem todos imediatamente para o carro. Mas, por algum motivo, as
palavras de repreensão ficaram presas na garganta. O sol, ainda baixo no
céu da manhã, desenhava uma silhueta dourada ao redor de cada uma das
crianças, que brincavam. Elas só tinham aqueles momentos finais para
espremer a última gota de felicidade do sol, da água e do céu.
Quanto mais eu olhava, mais a cena à minha frente adquiria uma aura
mágica, pois jamais se repetiria novamente. Que mudanças podemos esperar
em nossas vidas depois que se passar mais um ano, outros dez anos? A
única realidade era aquele momento, a praia cintilante e as crianças -
minhas crianças - com a luz do sol enfeitando seus cabelos, o som das
risadas se misturando ao vento e às ondas.
"Por que eu cismara de ir embora às seis e meia da manhã, a ponto de
sair correndo do chalé para brigar com eles?", me perguntei. Eu tinha em
mente impor uma disciplina construtiva ou estava apenas com vontade de
ralhar porque tinha um longo dia no volante pela frente? Afinal, não há
prêmios a receber por partir exatamente na hora. E como poderia esperar
manter a comunicação com meus filhos, agora e daqui a alguns anos, se
não conseguisse manter viva a memória da minha própria juventude?
Na beira d'água, mais embaixo, minha filha mais velha fazia sinais
para que me juntasse a eles. Então os outros começaram a acenar também,
chamando por Evie e por mim, para nos divertirmos com eles. Hesitei, mas
apenas por um instante. Corri, então, até o chalé para trazer minha
mulher pela mão. Meio correndo, meio escorregando pelas dunas, logo
chegamos à praia, jogando longe os sapatos. Numa alegre bravata,
entramos na água além do ponto em que as crianças estavam, Evie
segurando a saia e eu a bainha das calças. Até que o pé de Evie
escorregou e ela afundou na água gritando e, de propósito, me puxou
também.
Hoje, anos depois, ainda me emociono ao lembrar as risadas das
crianças naquele dia - boas gargalhadas e um sentimento de camaradagem.
E, muitas vezes, quando elas pensam em suas lembranças mais caras,
aqueles poucos momentos ocorridos há tanto tempo estão entre as
recordações mais preciosas.
Graham Porter
Do livro: Histórias para Aquecer o Coração dos Pais
Do livro: Histórias para Aquecer o Coração dos Pais
Para quem quiser conhecer o Site: http://golfinho.com.br/metafora-da-semana.htm
Aconcagua 2016
São Bento do Sapucaí
Elbrus 2014
Teatro Bradesco realizando um dos muitos sonhos. Conhecer o grande ator de musical Saulo Vasconcelos.
Barbados
Aconcágua 2016
Pacaembu
Laje de Santos
Família!
Campo Base do Everest 2011
Kala Patar Nepal 2011
Sacre Coeur Paris